28 de jun. de 2012

Platonic/ Parte I - Foco.



Sophia Cook, Los Angeles, 7:48am.

Estou atrasada de novo. Que coisa! Sai correndo, tropeçando pelas coisas jogadas no chão do apartamento.
Caminhei até o banheiro, tomando uma chuveirada, para ver se despertava. Sai já de lingerie, enrolada na toalha. Cada cômodo que eu passava, pegava uma peça de roupa. Em cima do sofá estava meus jeans, jogado em um canto os alls stars velhos, dependurado na cadeira minha blusa.
Passei pela estante da sala, pegando minhas chaves e a bolsa. Já estava quase voando pela escadaria, quando veio a sensação de estar esquecendo alguma coisa.
- Matt, que droga! – voltei correndo para o apartamento, seguindo pra o quarto – Acorda Mattheus! – eu o chacoalhava, batia, mordia o marmanjo do meu irmão que não acordava.
- Perdeu o trem foi? – ele ria enquanto caminhava para o banheiro.
- Não perdi nada, mas você vai perder a cabeça e muito mais se não estiver pronto em dez minutos – o ameacei.
Matt e meu irmão, e quatro anos mais velho, para minha infelicidade. Está fazendo faculdade – ou sendo obrigado a fazer – de engenharia civil, para ajudar meu pai com negócios. Ele e louco por musica, e sonha em poder ganhar a vida assim, mais e completamente contra o padrão de filho exemplar estabelecido pelo meu pai. Enquanto isso, eu tenho policiá-lo ou voltamos a morar com o papai, e eu não abriria mão de estudar aqui.
- Pronto – ele disse descendo as escadas – Quer uma carona?
- Eu não posso recusar bela adormecida – disse, pausei e me virei para ver sua expressão, ele colocou língua, eu ri baixo – Preciso pegar o segundo horário, tenho um teste de física, valendo mais da metade da nota final.
- Você e mesmo bem diferente de mim – ele riu.
- Sou e? Eu só me preocupo com o amanhã – disse fazendo pose de “exemplar”.
- Só aceitei a faculdade, por morar quase sozinho, e por ganhar essa belezinha aqui – Ele se deitou no capo do carro, simulando um abraço.
- Quase? Beleza valeu pela parte que me toca – fiz cara de ofendida, enquanto ele abria a porta do carro pra mim.
- Awn, te isso maninha, o Matt te ama pla semple – ele disse que nem bebê e me abraçou.
- Sei... EU TAMBÉM TE AMO VELHO! – disse abraçando forte o pescoço dele – Eita menino cheiroso!
Ele dirigiu rapidinho até minha escola.
- Bem, e aqui que deixo a princesa – ele disse.
- Deu carona pra outra garota? – perguntei, olhando o bando de trás.
- Não boba, e você! – ele sorriu como se fosse obvio.
- Obrigada – eu sai do carro – Ô e pra ir direto pra facul, nada de perder aula com farrinha – falei com a mão na cintura e o dedo no ar.
- Sim mamãe, quer que eu leve uma maça também? – ele soltou um beijo no ar e pisou fundo no acelerador.
Caminhei até os corredores, passando pela cantina e por fim me sentando em um banco, no jardim, aproveitando pra revisar a matéria de física. Até... Até o anjo que frequenta a escola prender totalmente minha atenção. “Foco, foco Sophia!” pensei. Era Cody Simpson, o pegador da escola. Lindo, perfeito, maravilhoso, delicia... Foco, Sophia! Foco, ai Deus.
Ele tinha sido expulso novamente da sala. Estava indo pra diretoria, até que eu perdi ele de vista. Bom, pelo menos posso voltar a respirar.




                        

- OOOH APARECEU! – Alli veio correndo/pulando em minha direção, como uma gazela drogada.
- Sumi por um horário e geral já pira – disse segurando ela.
- Chata, simbora, tem teste e eu preciso arrumar uns nerds por perto – ela segurou no meu braço  e saiu procurando gente, aquilo me fez rir.
- Ou sentar do meu lado, por que eu estudei – disse gargalhando.
- A canta outra - ela revirou os olhos.
- E pegar ou largar, levantei os braços.
- Melhor alguem que estuda e não sabe passar cola do que nada - ela me puxou pra sala. 
- Bobobona - coloquei língua pra ela. 


Sentei-me no meu lugar habitual e a Alli atrás de mim, como sempre. Virei pra sempre, assim que vi a professora com cara de peixe entrar na sala.
- Todos pra frente, vou aplicar a avaliação – disse ela sem ao menos abrir a boca.
Meia hora depois e eu já tinha terminado. Por minha sorte – ou preguiça da dona peixuda – as questões eram de múltipla escolha. Vi o Cody bater na porta. Ele queria fazer a prova, explicou que estava na diretoria, por que foi expulso no horário anterior.
- Obrigada – ouvi a voz rouca dizer.
- Por nada – ela sorriu. Opa! Ela sorriu coisa rara.
- Amiga e impressão minha ou... – Alli perguntou e eu interrompi.
- A senhora peixe sorriu – eu disse segurando o riso da cara de nojo da Alli.
A essa altura eu já tinha passado o gabarito da prova, pra Alli pela borracha. E estava quase caindo de sono, quando ela me chamou.
- O que foi? – virei com raiva.
- Ele mandou te chamar – ela apontou pro Cody.
Eu não deixei de dar um pequeno sorriso, mais logo parei.
- O que foi? – perguntei-o.
- Por favor, me ajuda – ele disse.
Será que alguém sabe qual foi minha escolha? Sim! Claro que eu ia ajudar ele.
- Passa pra ele – entreguei a borracha.
Ele copiou tudo, e quando o sinal bateu e eu já estava saindo, ele me puxou.
- Valeu mesmo – ele deu um sorriso.
- Não seja por isso – abaixei a cabeça.
- Então, qual seu nome mesmo? – ele perguntou.
- Sophia, mais pode chamar de Sô – disse meio sem jeito.
- Sou Cody – ele disse, (como se eu não soubesse).
- Cody meu amor, agente tem que conversar – Melanie disse.
Quem e Melanie? Mais uma das que caiem aos pés dele. Uma piranha loira, com a cabeça grande, magrela e estranha.
- Qualé, eu to ocupado – ele a tirou de cima dele, que no momento estava agarrada no pescoço dele – Não tenho nada pra falar com você.
- Quem e ela? – ela olhou pra mim, dos pés a cabeça.
- Eu to indo – disse baixo.
- Não! – ele me puxou – Tchau Melanie.
- Amorzinho, agente precisa conversar – ela disse com a voz de taquara rachada.
- Ô menina, deixa eu te dar um toque, tipo assim, vou até falar devagar pra você entender – Alli apareceu e entrou na minha frente e do Cody, ficando de frete pra Melanie – Ele não te quer mais, sacou? Ele nunca quis, agora para de infernizar e some da vida dele, se toca magrela.
Ela só virou as costas e saiu chorando, a minha vontade era de sorrir, não por ela, até por que não me importava nem um pouco com ela, mais sim por que eu estava conversando com ele, nem seja um pouco.
- Vamos Alli? – disse.
- Vamos – ela me puxou.
- Até – ele deu o melhor de seus sorrisos.
- Tchau – eu disse.
Estávamos indo pra cantina, quando ela começou a sorrir e a pular na minha frente.
- Então... - ela disse.
- Ele só me agradeceu, só – disse.
- Ele sorriu, e também preferiu você a Melanie.
- Qualquer um e melhor que ela – eu disse sem animo.
- A para, achei que você ia ficar alegre – ela disse do meu lado.
- Eu vou à sua casa a mais de quatro anos, e ele vai perceber minha presença e perguntar meu nome só hoje, bem no dia que o ajudei a não zerar na prova? – eu disse – Ele e só Cody Simpson, o foda da escola, e eu? A certinha, amiga da irmã dele.
- E contagiante seu animo - ela sorriu de lado.
- Só sou realista- disse chateada.
- Aw, eu realmente não queria ser irmã dele - ela disse pra me deixar melhor, eu sorri.
- Tá tudo bem - sorri ou melhor, tentei
- Oi coixa linjda - Cambo disse. ele era da turma do Cody, mais era mais "quieto" que eles.
- Oi princeso - eu sorri.
- Você tá bem? - perguntou-o me analisando. Eu me posicionei ao seu lado, em seus braços, enquanto entravamos na cantina. Eu via alguns olhares percorrerem na gente. Afinal, eu não era nada comparável com as meninas que eles eram costumados ter do lado. 
-Bem sim e você ? - perguntei sorrindo falso. 
- Tô bem, mais isso não importa, você não tá bem coisa nenhuma - ele levantou meu rosto - Coisa de melhor amigo - ele sorriu de lado. Alli já tinha ido pegar os refrigerantes e eu estava sentada, com Cambo na minha frente.
- Claro que eu tô, e por que não estaria ? - fiz bico. Alli chegou, e sentou ao meu lado.
- Por que meu irmão foi perguntar o nome dela só hoje - ela disse, eu mandei um olhar sonico e ela fez cara de quem falou demais.
- Ele perguntou? Cody não tem jeito - ele disse. 

- Isso nem e motivo pra eu não estar bem – disse olhando pro refrigerante.
- Só pelo fato que ele e egoísta ao ponto de ter perguntado por que você o ajudou... - Alli começou a falar, e o Cambo a interrompeu.
- Psiu! – ele olhou para Alli, repreendendo-a. Eu abri o refrigerante, e o coloquei no copo, sem muita vontade.
- Eu já disse que eu to bem – confirmei. Não pude deixar de olhar pela cantina. E em um lado, estava ele. Tão lindo. Era ate engraçado, o modo como ele sem saber, era tudo que eu precisava. Tudo que ainda me prendia. Ele era tudo e ao mesmo tempo nada, e vice versa.
- Você vai lá pra casa hoje, pequena? – Cambo perguntou.
- Eu não sei, precisa de ajuda em alguma matéria? – sorri fraco. Tirei os olhos do Cody, que estava sorrindo. Aquilo me deixava até ofegante – por dentro – se e que e possível.
- As de sempre – ele sorriu de lado.
- Eu vou passar lá, depois da escola, pode ser? – perguntei. Levei pela primeira vez o copo na boca. E pequei meu celular na bolsa.
- O que foi? – ele perguntou.
- Só to avisando o Matt – coloquei o canudo de novo na boca.
- E quem precisa da Alli? Ela e só uma chata, e nem faz falta – ela disse com a mão na testa, fazendo drama.
- Concordo, e gordinha né? – Cambo começou a gargalhar alto.
- Gordinha, eu não deixava – comecei a rir também.
Eles ficaram com aquelas implicâncias de jardim de infância. Hora um colocava um apelido no outro. E ela batia nele, ou ele a empurrava de leve. E foi assim, até o sinal bater.

Oi meninas! Eu sei que eu sumi novamente, mais foi por alguns problemas, prometo não sumir mais. Beijos, fiquem com Deus





                          

3 comentários:

  1. A NÃO MEU DEUS CONTINUA TA PERFEITO
    simpzoners.blogspot.com

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  2. Continuaaaa, e não some não hehe *-*
    by: Anna rebeca

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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